sábado, 31 de agosto de 2013

Agartha, Shambala, Shangri-la....



Agartha, segundo a ideologia oriental é um reino situado dentro da Terra.
Na verdade, Dentro da terra pode não ser o mais correcto, segundo alguns é um reino invisível, uma espécie de axis mundi, ou centro do mundo.

Esse seria o Reino dos Grandes Seres, onde o mítico Melki-Tsedeq ( referido no Livro do Génesis) residiria. Segundo outras fontes é Sanat Kumara, o príncipe regente, e segundo o Budismo Tibetano, o Lord Maitreya.

E Shambala é a grande cidade do Reino de Agartha.

Shambala significa em sânscrito ´´lugar de paz, tranquilidade, felicidade.´´
James Hilton inspirou-se nele e criou o famoso romance Lost Horizon, trocando Shambala pelo nome de Shangri-La. Mas são o mesmo lugar.

Helena Petrovna Blavatsky apontou que era ai o berço do Messias, que viria salvar a Terra antes do fim dos tempos.

Os textos apenas indicam que seria a Norte do Tibete, outros textos referem a Sibéria, já outras fontes apontam para o Afeganistão.

Mas o termos e as topografias perdem-se, mas o mistério continua.
O povo mongol chamava esse local paradisíaco de Erdami.
A Bíblia fala-nos do ÉDEN.
Os Rosa cruzes falam do misterioso VITRIL - vista interiora terrae retificando invenes omnia lapidem,    para mostrar que no interior da Terra residia o verdadeiro mistério.
Os Gregos tinham grande louvor pelo Monte Olimpo, porta para a morada dos Deuses.
Os Eddas, textos islandeses da mitologia nórdica, faz também referencia a uma cidade celestial para os lados da Mesopotâmia.
Na idade Media falava-se de Avalon.
Mesmo em Portugal criou-se uma expedição em busca do Mítico Reino do Preste João.

Ou seja todos os povos falaram desta cidade, local paradisiaco, pura manifestação divina.
Será que estariam todos errados?

Será que a Terra é mesmo oca, como defendem muitos cientistas e alberga um mundo subterraneo?
E como diz Victor Manual Adrião, uma das portas desse Reino pode estar em Sintra?

Quem sabe....
Eu por mim continuarei a sonhar com Shambala ou como quer que a chamem...


sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Mara Demons

Criei o blog Mara Demons enquanto me sentia meio parado neste blog.
Mas acabei por voltar aqui.
Sou sincero, a maioria das pessoas vem mais aqui que a outros blogs que crie....

Mas também não apaguei o outro.
Resolvi então reformula-lo....
Não vai ser um blog como este em que tanto falo de saúde como de cinema, em que tanto falo de espiritualidade como faço desabafos.

Será uma especie de canal temático.
Um dia destes conto mais novidades...

Quem é este Eu?



Somos seres desconhecidos.
Quem somos nos?

Quem é este eu?

Faça esta pergunta a si mesmo - Quem sou EU?- indague-se.
No inicio vai dar respostas parvas. Sou o Joao, tenho 32 anos, estudei naturopatia, guionismo, acupuntura, gosto de cinema e de escrever, adoro animais, tenho um metro de sessenta, o meu bi tem o numero tal...
Mas ainda nao é isso, ou É ?

Ou resume-se a isso ?

Isso é apenas um aspecto superficial de si.
Depois vem o que gosta, o que ama, o que detesta, o que aspira.
Pode falar da sua historia, dos seus pais, da sua família, mas..........

Mas ainda não é isso. Ainda é pouco, muito pouco.

Pode ter então a tentação de se rotular como um corpo, um espírito, uma alma que nunca morrerá.
Mas será que isso não serão apenas conceitos mentais?
Até que ponto isso é você?

Quanto mais se indaga mais se apercebe do vazio imenso que é. Viveu toda uma vida sem saber quem é, julgando-se dono de algo, merecedor de algo, conhecedor de algo.
Mas de repente pergunto - Quem É ?
E não consegue dizer nada.

O seu passado passou, o seu futuro é uma incógnita, o seu presente é mais um devaneio na ilusão....
Pode sentir-se ofendido comigo agora.
Você diz que a minha vida é uma ilusão, mas olhe esta dor, este sofrimento, esta alegria, este plano, esta realização...

Dir-lhe-ei que duvido que alguém que não sabe quem é, possa fazer algo digno ou serio, na verdade é como uma semente que tanto pode ser trigo ou milho.

''Quem sou eu? Sou Judas, sou Jesus? Por medo, por desejo, traio a mim mesmo. Sou quem eu não sou. Cubro minha face com muitas máscaras e até mesmo torno-me máscaras. Estou demasiado ocupado representando quem eu penso ser para conhecer quem realmente sou. Tenho medo: posso ser nada mais do que eu pareço ser; pode não haver face alguma por detrás da mascara. Eu decoro e protejo minha máscara, preferindo algo fantasioso a um nada real.''

in Sussurros da outra margem, de Ravi Ravindra

Na verdade quando nos identificamos com algo, estamos a perder identidade.
Somos um fogo. 
O Fogo é um elemento que precisa de queimar algo para continuar a subsistir. Neste caso ele vai usando a matéria  os sentimentos, as emoções, o passado , tudo isso numa continua experiência.

Somos uma vontade de auto-conhecimento, auto-realização e auto-amor.

Uma pergunta que pode ajudar é - se perdesses tudo o que tens, o que amas, o que serias?

Ou melhor, se nao tivesses passado, nem futuro, nem corpo, nem posses, o que serias?

Mas a resposta a isso não pode ser mental. Tem que ser muito mais abstracta, muito mais emotiva, muito mais real.

Não conseguimos ser puramente felizes, puramente sábios  puramente conhecedores da verdade, enquanto tivermos múltiplas vontades.

A consciência humana assemelha-se a uma carruagem com dois cavalos, um cocheiro e que leva lá dentro um príncipe  Se o cavalo for depressa de mais, pode tudo cair. Se o cocheiro parar muitas vezes não chegarão lá a tempo, se o príncipe se distrair com mil coisas nunca chegará ao palácio. Assim é a VONTADE do homem.

Nunca poderá ir alem de si mesmo se persistir em múltiplas vontades. Se deixar as mil vozes que tem na cabeça, os mil assuntos, se unir tudo isso, assim talvez.

A vontade do homem é semelhante a uma mulher que tem um assunto para tratar. Vem o patrão e traz papelada, depois o marido ao telefone, a filha manda um email, outra chamada do filho, mais um problema, tem que ir almoçar, mais papelada, de repente uma noticia, agora uma fofoca, agora come-se e pensa-se no filho, bebe-se e pensa-se no papel..............

Assim o trabalho do homem é consumar a sua carcaça de desejos, de historia, de múltiplas vontades, e incinera-la no fogo da Vontade Única...do sussurro do Eterno.

O trabalho do homem pode ser visto hoje na historia de Cristo. De alguém que se despoja de família  de passado, de desejos, que percebe a natureza ilusória de tudo e sacrifica-se a si mesmo como a vela se sacrifica á chama.......

No budismo, Buda é tentado por Mara. As setas do ultimo tornam-se em flores. Os ataques tornam-se em aceitação.
Na verdade Buda compreende que o proprio mal faz parte da ilusao. 

Assim somos como fogo. Descendemos dum fogo unico, do qual fazemos parte, experenciando a materia, subtilizando-a, e fazendo a combustao do mal, do desejo e do ego em Verdade, Unidade e Amor.

Convem que cada um de nos reconheça a sua parte mais profunda, que Se conheça perfeitamente.
Que domine o seu ser minimamente.
Que se entregue nao por desejo ao desejo, mas por desejo á Existencia.

Assim, só assim, o Ser pode finalmente dizer EU SOU.
E tudo assim É.


´´A Mente é o grande assassino do Real. Que o discípulo mate o Assassino.´´

´´Antes que a Alma possa ver, a Harmonia interior deve ser alcançada e os olhos físicos precisam ficar cegos para toda ilusão.´´

Helena Petrovna Blavatsky




Como fazer cinema, por Jodorowsky


PRIMERA LECCIÓN

Sentarse desde que amanece hasta que anochece frente a un árbol sintiendo la luz. Volver siete días seguidos y hacer lo mismo.


SEGUNDA LECCIÓN

Volver en la noche con una linterna e iluminar el árbol desde infinitos puntos.


TERCERA LECCIÓN

Colocarse a un kilómetro del árbol. Mirarlo fijamente y avanzar centímetro por centímetro hacia él hasta que después de algunas horas se tope la corteza con la nariz.
(Las dos primeras lecciones sirven para desarrollar el sentido de la luz. La tercera para desarrollar el sentido de la distancia.)


CUARTA LECCIÓN

Colocarse en un interior o paisaje y moverse pensando que el propio pecho fotografía, luego que la cara fotografía, luego el sexo, luego las manos.


QUINTA LECCIÓN

Ponte en un lugar y siente que eres el centro de él. Luego siente que estás siempre en la superficie alrededor del lugar. Al final rompe la idea de centro y superficie. Estás ahí, todo está en ti y fuera de ti al mismo tiempo. Eres aparte del lugar. Existe el lugar. ¡Tú has desaparecido!

SEXTA LECCIÓN

Busca el color en lo que no tiene color. Toma una página blanca y ve sus colores. Toma una página negra y ve sus colores. Ve los colores de un vidrio transparente. Descubre el arco iris en un pedazo de tierra, en un escupo, en una hoja seca. Expresa el color con materiales sin color. En verdad te pregunto, ¿sabes cuántos colores tiene la piel de tu cara?


SÉPTIMA LECCIÓN

Siente las yemas de tus dedos como si fueran la punta de tu lengua. Apoya las yemas en los objetos del mundo pensando que son frágiles, que la menor presión los puede quebrar. Pídeles permiso antes de tocarlos. Antes de apoyar los dedos en su superficie, siente cómo penetras en su atmósfera. Aprende a sentir y a acariciar con respeto. Cualquier acción que hagas en el mundo con tus manos o tu cuerpo puede ser una caricia.


OCTAVA LECCIÓN

Piensa que los actores viven dentro de un cuerpo como centro de una caverna. Pídeles que no griten con su boca, sino dentro de su boca. Que no expresen con la cara, sino que sientan debajo de la cara. cuando me desespero, desde adentro, doy puñetazos dentro de mi pecho que está inmóvil frente a la cámara. No me expreso con movimientos, sino con vibraciones. Vivo debajo de la superficie. La superficie del río no se mueve, pero tú sabes que lleva corrientes profundas.

NOVENA LECCIÓN

No importan los movimientos de la cámara. Ella debe moverse sólo cuando no se puede quedar quieta. Tú llevas el alimento en la mano. La cámara es un perro. Hazla que con hambre siga al alimento. El hambre hace que el animal se borre. No hay perro, hay hambre, no hay cámara. Hay acontecimientos. Nunca te puedes comer la manzana entera en el mismo instante. Tienes que dar mordiscos. Mientras comes tienes una parte. Debes saber que el trozo que mascas no es la manzana entera. Nunca puedes tener la manzana entera en la boca porque por muy grande que sea tu boca, no puede caber en ella el fruto que es parte del árbol ni el árbol que es parte de la tierra. La pantalla es tu boca. Allí entran pedazos. Partes del accidente. No intentes trabajar con tomas absolutas. No creas que existe la toma mejor. A la manzana la puedes morder en cualquier sitio. Si la manzana es dulce, no importa por dónde empieces a comerla. Preocúpate de la manzana, no de tu boca. ¡Cineasta! Antología de fragmentos, tú también un fragmento; tu película inconclusa, eres parte, eres continuación. No hay cierres. Mata la palabra fin. Empezarás una película el día en que te des cuenta que simplemente continúas. No busques el prestigio. Desdeña los efectos. No adornes. No pienses lo que la imagen va a producir. No la busques. Recibe las imágenes. La caza está prohibida. La pesca permitida.

DÉCIMA LECCIÓN

Nunca trabajes en el papel tus movimientos de cámara. Llega a los sitios pensando que no vas a mover la cámara, que no vas a iluminar, que no vas a inventar. Llega vacío, sin la menor intención. Echa a andar el motor de la cámara y vive. No crees escenas, crea accidentes. Esos accidentes no los crees en dirección a la cámara. Tú no estás haciendo una película, estás metido en un accidente. Parte del accidente son tus movimientos de la cámara.

DÉCIMO PRIMERA LECCIÓN

Y de pronto el gran placer. Una toma pensada con la cámara opinando con luz artificial, con "Actuaciones" (¡un verdadero postre!).
En verdad te digo, por este camino puedes llegar a hacer películas de Hollywood de los años 40. si quieres ser un gran cineasta de vanguardia, vuelve a filmar "Lo que el viento se llevó", exactamente igual, con actores de cuerpos gemelos a los de Clarck Gable y Vivien Leigh. Si logras que tu películas no pueda distinguirse de la original, has pasado a la historia 

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Sussurros







A profunda realidade que habita por detrás de tudo ainda não foi descoberta pelo Ser Humano. Ele ainda continua á espera que essa realidade se descubra a si mesma, não percebendo que é ele que tem de a encontrar.


O Ser humano ainda fica na superficie das coisas, ainda não se rendeu ao misterio, ainda busca arquetipos, rituais e formas desfasadas e ocas que nunca podem levar ao Mais Interno e Sagrado.


O Homem não consegue aceder á sua suprema presença, imóvel e infinitamente viva que vive dentro dele. Quantos morrem sem nunca terem sentido o bater do coração?


Quantos vivem como ciganos, nómadas e viajantes, que sem direcção vão com o vento norte e desnorteados seguem o vento sul.?


Onde está o desejo de busca?


Porque é que ele apenas consegue aceder, com vontade e disciplina ao âmago por breves instantes?


Porque não consegue o Homem perceber que para poder escavar na sua presença tem de se libertar de tudo.


Primeiro das suas limitações e das limitações da sociedade, que o prendem e o fecham na ilusão.


Depois as limitações do divino, como se o divino pudesse se limitar a si mesmo, pois apenas podem existir Limitações e Regras quando queremos mostrar algo, mas quando somos deserto, tudo é igual.


Quando o homem consegue vibrar com plena presença, pura vivência, ele tem ainda que se libertar de tudo o que tem – da casa, dos bens materiais, dos livros, das crenças, da familia, dos filhos, do amado, e ao abandonar tudo entregar-se á vida.


Ninguem se entrega á vida fazendo o que faz no dia a dia.


Ninguem se entrega á vida continuando a fazer o que lhe apetece ou á espera que o Universo lhe dê o que inconscientemente pede.


Ninguém se entrega á vida, vivendo na mentira do seu coração e acreditando que quem sabe o que sente não seja mesmo assim, e prefira viver na mentira e na ilusão.


A vida vibra no coração puro, no coração além da ilusão.


A vida vibra além da morte.


A vida e a morte são o gérmen uma da outra.


Só poderemos entender a Vida quando o gérmen da morte nos toca profundamente.


E só poderemos entender a Morte quando o gérmen da vida se abre á vivência plena.


E só poderemos entender ambas quando percebermos que ambas são ilusão do Eterno.






Laoviah




domingo, 25 de agosto de 2013

O hipocondriaco




Deixo aqui dois links de onde retirei a maioria do material. Achei ambos os textos bem lucidos....

´´Dizem que um louco é um sujeito que perdeu tudo, exceto a razão. Pelo mesmo raciocínio, um hipocondríaco é um sujeito cuja única parte saudável é o corpo. Não se iludam com aquela testa eternamente franzida, com aquele olhar de bicho acuado, aquelas costas curvas de quem carrega o mundo as ombros. Está sadio, tão sadio quanto eu e você, e é para assegurar-se disto que se envenena de remédios de manhã à noite.

Há muitos tipos. Uns são hipocondríacos por insegurança, baixa auto-estima: pensam que são mais frágeis do que as outras pessoas, que são cheios de defeitos fisiológicos ou genéticos, e que é preciso tomar medidas diárias para atenuar esse déficit. Outros são o contrário: acham-se superiores, acham que são exemplares únicos e preciosos da espécie humana, e que por isto mesmo necessitam de cuidados especiais e contínuos. Assim, cuidam do corpo como um colecionador de automóveis antigos trata do seu raríssimo exemplar de Oldsmobile 1954 (ou coisa parecida – não entendo nada de carro velho).

O hipocondríaco toma remédio por aquilo que George W. Bush e seus estrategistas chamam de “defesa preemptiva”: atacar antes, em vez de esperar o ataque do adversário. Sua mentalidade é a mesma da ditaduras militares. Temendo a própria incapacidade de enfrentar uma eleição, elas dissolvem os partidos políticos. Para se certificar de que o regime não tem opositores, faz os membros da Polícia Secreta fundarem partidos clandestinos, que atraem e doutrinam os jovens, e finalmente os prendem. (Não estou exagerando – leiam 1984). O corpo do hipocondríaco é uma ditadura farmacêutica, saturada de substâncias químicas cuja finalidade é exorcizar a ameaça de uma palavra ouvida na televisão.

William Burroughs dizia que um viciado em drogas não é mais um ser, é a metade de um ser, que só existe quando a droga está presente. O hipocondríaco geralmente minimiza a importância da droga em sua vida: não a idolatra (como muitos usuários da maconha ou da cocaína) nem recorre a ela com horror (como muita gente que fuma cigarro: “Ai, que saco, preciso parar de fumar essa porcaria!”). Sua idéia fixa não é o remédio, é a doença. Basta ler num jornal sobre um tipo raro de câncer ósseo descoberto na Malásia, que só atinge a terceira costela do lado direito, para ser justamente essa costela que começa a formigar, a latejar e a dar sinais de vida.

O hipocondríaco lê bula de remédio, manual de primeiros socorros, livro de Patologia, catálogo de laboratório farmacêutico. Tudo que lê ele interpreta como um sinal do Céu que lhe caiu sob os olhos no momento exato para salvar sua vida: estava sofrendo de um mal perigosíssimo, e jamais saberia, se não tivesse tido a sorte de ler este aviso. Sartre criou um personagem chamado O Autodidata, que lia todos os livros da biblioteca por ordem alfabética. O Hipocondríaco ideal é o que gostaria de tomar todos os remédios, para curar-se de todas as doenças.''




¿De donde viene la palabra hiopocondriasis?
Viene de hipocondrio que es una zona del cuerpo cartilaginosa que está situada debajo de las costillas, donde según la escuela médica humoral se creía que se acumulaban los vapores causantes de este mal.
¿Qué siente un enfermo imaginario?
En el fondo tiene miedo a la muerte y para no afrontarlo en el plano espiritual, lo proyecta en el plano corporal, temiéndole a todo tipo de enfermedades que lo podrían llevar a la tumba. Esto lo mantendrá alerta, observándose constantemente, pendiente de cada síntoma que pueda parecerle que confirma su sospecha de que la muerte puede llevarla en los talones.
¿Qué rutina sigue el comportamiento hipocondríaco?
La hipervigilancia de síntomas le lleva a detectar cualquier signo “anormal” en su cuerpo (o detecta en su cuerpo signos de enfermedades nuevas que descubre) y busca incesantemente la confirmación de que puede ser serio. Las pruebas diagnósticas no revelan anormalidades anatómicas ni funcionales, pero ellos desconfían de los médicos. Todo esto, más prestar excesiva atención al cuerpo, les causa tensión y ansiedad, y el estado de salud se resiente realmente, por lo que les parece que están realmente enfermos. Aunque nunca hlablará espontáneamente de la muerte.
Un trastorno que parece transmitirse entre generaciones…
Hay constancia de que en bastantes ocasiones muchos miembros de una familia tienden a estar afectados. Se crece en un entorno en el que se ha potenciado la interpretación de los signos de enfermedad en todos los ámbitos de la vida. De esta forma, los miembros de la misma familia aprenden a interpretar negativamente cualquier signo corporal y lo asocian con angustia, miedo o ansiedad.
¿De que forma se sale este laberinto?
Una es reconciliarse con su propia muerte. Ruediger Dahlke recomienda la lectura de “El libro de los muertos”

¿Existe alguna solución psicomágica para la hipocondría?

Vamos a imaginar a un adulto, que teme morir joven (como miedo heredado de su propia familia)
El acto psicomágico podría consistir en realizar metafóricamente lo que mas teme, es decir, su muerte. El proceso consiste en buscar un lugar donde poder cavar una tumba, después debe enterrarse dejando la cabeza en el exterior. Los amigos íntimos que le acompañarán en este proceso dirán sus últimas palabras allí a su lado, lamentando que una de las tantas enfermedades padecidas durante su vida sea la causante de su desaparición.
Aguantará un número de horas en la fosa, el máximo posible. Finalmente lo desenterrarán y lo lavarán con tres litros de agua bendita. Se vestirá con ropa nueva, buscará un nuevo nombre, una nueva identidad para poder iniciar una nueva vida, en la que estará libre del miedo a la muerte.



quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O mistério de Gurdjieff

Livros para um Agosto quente

Têm sido um mês de contrastes .....
Normalmente cheio de surpresas,  convites inesperados, livros que aparecem, ideias novas, sei lá.
Felizmente um bom mês.

Na leitura estou ocupado com quatro coisas ....

A Presença Invisivel, de Maria Lisete Soares

Um pequeno grande livro, recheado de sabedoria... como diz Gurdjeff ´´ As ideias precisam de tempo para serem compreendidas´´. E foi o que ocorreu com este livro, que a cada ano, a cada leitura encontrava mais sumo, mais  sabedoria......

A Vida do Tarot, do cineasta Alejandro Jodorowsky
Um livro que comecei a ler e que me devora mais e mais, pois nos mostra como podemos ir ainda além para conhecer melhor o tarot.

Pompeia, de Robert Harris
Livro curioso, não sou fã de livros pseudohistoricos, mas este tem sido interessante....

O triunfo dos porcos, de George Orwell
Leitura deliciosa, a la fontaine, que fala da nossa sociedade, sobre como estamos a destruir o mundo e sobre como somos carneiros iludidos nas mãos de muitos....



domingo, 18 de agosto de 2013

moving on


Esta discussão terminou.
Saio ferido.
Não do que disse, não do que ouvi.
Sim das verdades que reconheço.

Sonhei uma vida completamente diferente.
Amores, corpo alto e forte, emprego de sonho, realizações a todos os níveis.
Aonde estou?
No contrário ? mais provável.

O que fiz com o material que a Vida me deu?
Reconheço que acho que foi mau e débil material, mas devia pôr mãos à obra.
Se tenho sonhos porque não me movo?

Tenho medo.
Medo de perder os que amo.
Medo de doenças, de perdas, medo da mudança.

Vejo o lado feliz da mudança que nunca faço...
Dou desculpas...

Tenho 32 anos e a minha vida pouco vale. Talvez valha apenas para alguns,  mas se partisse o tempo pouco a pouco apagaria.

Não.
Não penso em morrer.
Temo-a demasiado para ir de encontro a ela.
Sei que no entanto tenho que passar por uma morte : a morte da vida que levo.

Revejo que pedir aos Anjos sem assumir nenhum compromisso é como dar dinheiro a um mendigo esperando que ele um dia me dê o triplo.
Aqui  relembro REYEL 29 :

''Nada deve faltar-te, Peregrino, do que é essencial, se respeitas a minha exclusividade e não te comprometes em outros empreendimentos.''

Ás vezes acho que tanta perda é um modo do universo me dizer : - Vai !!!
E eu, nunca vou...

Espero fazer 1001 coisas nesta viagem, mas temo que expectativas altas conduzam a expectativas goradas!

Lembro-me do Mago e da Roda - é preciso agir para ir além,  mas sem expectativas porque a Mudança existe.

Ás vezes quando vou a Lisboa penso - Será hoje que encontrarei da mulher da minha vida?

O dia passa. Nada. Expectativa gorada, falhada.

Sei que esta viagem que planeio, esta mudança, traz dor.
Mas é uma dor que almejo um pouco.

Tenho a idade que tenho e ainda não me realizei. Ainda não enchi o fogo dos meus sonhos com o ar das minhas acções.

Agora sinto, nesta verdade deste dia, que tenho de Vencer o Medo, indo de encontro a ele.
Só posso perder o medo da perda, perdendo.
Antecipando.

Vejo a carta 8 de Copas. Por fim entendo a lição.


Peço então a Leuviah para limpar a minha mente, tanto das imagens monstruosas como das libidinosas.
Monstros e paraísos não devem existir numa mente em busca de si mesmo.
Prazer e Medo são úteis nas suas doses. 
Mas se tiver expectativas uma diminui e a outra cresce.

Paro de escrever.
Tenho de agir. Como ?
Que posso fazer?
Que preciso?

Tenda, saco cama, algum dinheiro, algo para comer, um suplemento...

Olho para o local onde estou, cheia de imagens de santos e anjos.
Todos olham.....Também eles parecem esperar que faça algo.

Invoco a Misericórdia de Deus.
Preciso que me ajude, me liberte dos meus medos,  me cure de pequenos problemas, para que eu possa ir em frente.

Olho o Pendurado e a Morte.

 

Percebo que o Sacrificio só tem sentido se a Mudança o proceder.

As cartas dão-me pistas : sacrifica-te um pouco, liberta-te e muda, encontra o teu equilibrio, liberta-te de ilusões, não tenhas expectativas, deixa os teus medos, tem esperança e o Sol triunfará.
Talvez seja isso.
Talvez tenha estado muito tempo como Pendurado, mas como não mudo a vida não muda.

Agora paro de escrever.
Tenho que ser prático.

Tenho que buscar o FOGO da minha vontade.


quinta-feira, 15 de agosto de 2013

As linhas do Tarot e a Numerologia


     1 - Mago         2 - Sacerdotisa      3- Imperatriz         4- Imperador        5 - Hierofante         
                       
                        6-Os amantes            7 - O carro              8- A força             9- O ermita

Esta é a primeira linha do Tarot, numerologicamente vai do 1 ao 9.
O Louco não se insere aqui, nem em qualquer linha, ele é o ZERO, as potencialidades, a inocência, a espontaneidade, a loucura, a semente.

Então a primeira linha tem a ver com aspectos muito importantes do ser humano.

Resumidamente :

1 o Mago ----------------- Cria, Inicia, estabelece,  toma uma direcção
2 a Sacerdotisa -----------Reflecte, pesquisa, interioriza, pensa e medita
3 a Imperatriz ------------Frutifica, cria, dá força ás acções, torna-se activa
4 o Imperador ------------Consolida, traz autoridade, amplia, cria estruturas
5 o Hierofante ------------Crê, liga os seres, agrupa, une os seres, impele numa direcção
6 os Amantes ------------Relacionam-se, aprofundam amizade e amores, fazem escolhas por si ( sem ego)
7 o Carro ----------------Traz vitorias, dirige, usa a força de vontade, cresce e expande-se
8 a Força ---------------- Dá energia, autocontrole, expansão, age com determinação
9 o Ermita----------------Isola, introspectivo, procura, busca a Verdade interna

 Podemos até ver como uns podem gerar os outros, por exemplo, e vou ser sucinto :

1 Mago + 2 Sacerdotisa = 3 Imperatriz
Ou seja acção com reflexão frutifica, gera acção com cabeça, tronco e membros

3 Imperatriz + 4 Imperador = 7 Carro
A acção frutificadora com a estrutura leva a expansão

Exemplo diferente :
A força numero 8 pode ser gerada de varias maneiras :
 7 +1 - Carro mais Mago Expansão e Iniciação
 6+2 - Os amantes mais Sacerdotisa, Escolhas e reflexão
 5 + 3 Hierofante mais Imperatriz, união mais frutificação

É Curioso perceber como a numerologia e o tarot se ligam tão bem.

Mas vejamos a segunda linha do Tarot, que se inicia no 10 ate ao 19, mas manteremos ate 18
     10- Roda da fortuna     11- Justiça           12- O pendurado        13- Morte       14- Temperança
                           15 - O Diabo         16- A Torre           17- A Estrela            18 - A Lua

A segunda linha tem a ver com aspectos que ocorrem na vida do ser humano, no qual não tem um papel tão directo, ou pelo menos mais inconsciente. são aspectos que lidam mais com Eventos e lidar com os mesmos que a primeira linha na qual nada ocorria, o ser apenas Agia.

A segunda linha mostra MUTAÇÕES e acções que DEVEM derivar das mesmas :

10 A Roda da Fortuna ....................Muda a direcção, faz sentir o destino, sorte ou azar
11 A Justiça ...................................Toma decisões e juízos, karma, consequências de acções passadas
12 O Pendurado..............................Deixa ir, sacrifica-se, não deve agir, muda de ponto de vista, observa
13 A Morte ....................................Termina, fim de um ciclo, elimina excessos, muda, destrói estruturas
14 A Temperança ..........................Modera, tenta encontrar o equilíbrio, une pólos, amoral, sintetiza
15 O Diabo....................................Controla, obsessão, amarra, engana, ludibria, incita más escolhas, ilude
16 A Torre.....................................Eventos súbitos, libertação, queda, revelação, liberdade, derrama
17 A Estrela ..................................Ter esperança, ter calma, sentir-se sereno, inspiração, apazigua
18 A Lua .......................................Sentir Medo, perda do controlo, ilusões, sem direcção, confunde

O paralelismo entre os números é curioso, por exemplo :

10 Roda da fortuna é junção do Mago com o Louco, que são respectivamente 1 e 0 . Ou seja todas as potencialidades e a acção levam ao destino. 

Mas 1 + 0 =1 ou seja a Roda é outro nível do Mago ( também com o Louco subjacente)
Curiosamente a carta 10 é ligeiramente OPOSTA  ao Mago.
O Mago toma uma direcção, a Roda muda a direcção, tanto pode trazer sorte ou azar.

A Justiça é o 11. 1+1= 2 que é Sacerdotisa.
A Justiça curiosamente muito semelhante á carta da Sacerdotisa tem no entanto acções quase OPOSTAS : a Sacerdotisa reflecte, a Justiça julga.
Nesse sentido é mais parecida com o Mago pois age, e com a Roda combinada com o Mago => mudança de direcção que levam a uma acção punitiva ou benéfica.

O Pendurado é o 12. 1+ 2= 3 que é a Imperatriz.
A Imperatriz denota acção, frutificação, Agir activamente, e o Pendurado pelo contrario mostra inacção, sacrifício, parar. 
De novo a Roda combinada desta vez com a Justiça leva ao ´´castigo`` - inacção, sacrifício.

A Morte deriva do 13. 1 +3= 4 que é o Imperador.
De novo OPOSIÇÃO - O imperador diz Estrutura, a morte destrói, o Imperador diz manter, a Morte rompe.
Após a mudança, a Justiça e o castigo levam á morte de algo - uma situação, uma ideia, um projecto, uma relação.

A Temperança é o 14. 1+4= 5 que é o Hierofante.
Aqui há oposição mas menos intensa que as anteriores.
O Hierofante é moralista, liga à estrutura, une as pessoas, a Temperança é espiritual, as estruturas foram definhadas, as pessoas unem-se em Sincretismo.
A Temperança modera, mas não tece julgamentos nem condições ao contrario do Hierofante. O Hierofante tenta unir mas não completamente, mais como uma colagem, a Temperança mais como areia que da origem ao vidro, algo homogéneo.

Após a mudança e perda, a Temperança leva a um novo estagio - unir o que ficou.

O Diabo é o 15. 1+5 = 6 que é os Amantes/ Enamorados.
A OPOSIÇÃO aqui é curiosa. 
Os Amantes aprofundam amizade e relacionamentos, representam escolhas conscientes. O Diabo representa controlo, ilusão e Escolhas na ignorância ou na mesma ilusão. As pessoas do Diabo pensam que estão a fazer as escolhas livres, mas são condicionadas pelo egoísmo, ilusão ou ignorância.
Esta é uma oposição fulcral.

O 15 = 10+5 ou seja Roda com Hierofante mostra uma tentativa de união baseada no poder, no engano, no aparente.
O Diabo procede a perda. Mostra que após o juízo e fim de algo, ele tem esperança de reconstruir Vida Material, de subir custe o que custar.

A Torre é o numero 16. 1+6 = 7 que é o Carro.
Bem, se o Carro é expansão, se é vitoria, triunfo, consolidação e força de vontade própria para Vencer, aqui a Torre é derrota, contracção, libertação, e depende das condições externas para poder superar a prova.
Podíamos usar como metáfora - o carro ia tão acelerado que teve um acidente.

10 +6= 16, ou seja por vezes as escolhas que fazemos combinadas com as mudanças podem levar a rupturas, que por vezes são boas e outras vezes são más.

O numero 17 é a Estrela. 1+7= 8 que é a Força.
Nem sempre parece uma oposição, tal como no caso da Temperança e do Hierofante, as mudanças e oposições são subtis. Derivam essencialmente das Mutações que ocorreram.
A Estrela representa a Esperança, a calma e serenidade, a inspiração. É o tempo de reflectir para poder ir em frente. E é ai que se opõe à Força. Esta insinua expansão, força e energia, autodeterminação.
Aqui enquanto a Força manda lutar, a Estrela manda acalmar. 
A Estrela passou pela mudança da Roda da Fortuna, pelos juízos da Justiça, pelo sacrifício e morte do Pendurado e Morte, pelo equilíbrio da Temperança, pelo egoísmo e ilusão do Diabo e pela ruptura ruinosa da Torre.
A Estrela agora sabe que tudo está bem encaminhado, mas deve inspirar-se. Aqui é importante ver o paralelismo da imagem da Estrela com a Temperança.

     Reparemos como as imagens são parecidas.
A Temperança vem após a Morte. Ela é um anjo. Equilibra as coisas.
A Estrela vem após tudo isso e depois da Torre. Também traz os cântaros, mas neste caso despeja-os.
A primeira tenta equilibrar, a Estrela equilibra mas de modo diferente liberta.
A Estrela viu como o equilíbrio pode ser precário, que a pressão pode levar a novos altos e baixos.

Como tal a Estrela com toda a sabedoria, agora com ajuda superior, sabe que o melhor é agir, libertar o que precisa ser libertado.

18 é a Lua. 1+8= 9 que é o Ermita.
O Ermita isola-se, busca a verdade interna. A Lua é confusão, medo paralisante, sem direcção.
A Lua é o resultado das mudanças com a Força. Agir de forma controladora e determinada no meio de uma grande tempestade pode gerar ilusões. No meio de uma crise, no meio da incerteza agir com força e expansão gera medo, fobia, ilusão.
Aqui enquanto no meio do caos, o Ermita retira-se, procura a SUA VERDADE INTERNA, a LUA perdeu-se nas ilusões, nos medos, na sua imaginação.


A Primeira linha é um programa básico de instruções no meio da serenidade. A segunda linha é a reacção Química entre essas instruções e o Caos.
A Terceira linha é a sublimação integral da serenidade e do caos, mas vindas da alma-

Usando uma personagem como alegoria, este peregrino perdeu o rumo, a vida mudou-lhe as cartas. Ele passou pela Justiça, teve que parar e sacrificar-se e encerrou um capitulo da sua vida. Após isso, ele recuperou forças na Temperança e ainda Pensou que tudo voltava ao que era, controlou, iludiu-se e tudo voltou a romper.
Ele volta a equilibrar-se. Esta mais sereno. A Estrela brilha.
Mas...a Lua também dita, e os medos, o subconsciente, as ilusões podem voltar á tona.

E isso levar-nos-ia ao Sol, numero 19 que simboliza duplamente o Mago e o Ermita, a Roda e o Ermita.
Ou seja quer seja por acção e reflexão interna, ou por reflexão e sorte, o Sol surge como Terceira Etapa.
Acção, Mutação e Iluminação.

                                             19- O Sol       20-O Julgamento    21- O Mundo


19 O Sol __________________Iluminação, triunfo, paz, alegria, Verdade, Vitalidade
20 O Julgamento ____________Fazer novas escolhas, Renascer, ouvir o chamado, sentir Perdão
21 O Mundo_______________Integração, estar Completo, Unidade, Realização, Utopia, Plenitude

A Terceira Etapa do Tarot inicia-se com o SOL.
O Sol como dissemos deriva das nossas acções, da sorte e essencialmente da Introspecção, da busca da Verdade Interna. 
Ele opõe-se a acção e á mutação no sentido em que transcende tudo isso.
1 + 9 = 10  = 1+ 0 = 1  no fundo é a Iluminação, traz consigo o Mago pois age, o Louco pois é a potencialidade, a Roda pois transcende e aprende com as mutações e o Ermita buscando a verdade interna.

Assim sendo ele opõe-se a mutação, pois transcende tudo isso. O Mago pode agir, a Roda pode mudar a direcção do Mago, mas nem uma nem outra se opõe ao Sol, que tudo transcende.

O Julgamento é o 20. Esta ligado a Roda duplamente e também á Sacerdotisa e ao Louco.
Existe aqui também um aspecto ligado a Justiça, que é a Sacerdotisa na Segunda linha.
O Julgamento deriva da Acção da Justiça, da reflexão da Sacerdotisa, das potencialidades infinitas do Louco e das mudanças da Roda.
Mas aqui a Justiça ocorre num plano diferente, a reflexão ocorre num plano interno, as potencialidades são de outra ordem e as mudanças ocorrem de acordo com tudo isso.
Aqui já não é o ACASO, nem a Justiça do karma ou das consequências.
Aqui é a justiça da alma. A absolvição ocorre. Não há castigo.

O Mundo é a ultima carta do Tarot. É a 21.
2+1 = 3.
É o Terceiro Nível do Tarot, 3º sobre 3. 
É Plenitude.
A Imperatriz frutifica a acção, dá em abundância. O Pendurado sacrifica tudo.
O Mundo transcende tudo. O Pendurado ao perder tudo ganhou tudo.
O Mundo não precisa de mais frutos pois são infinitos, nem de mais sacrifícios.
O Mundo está na sua dança cósmica. 

Está ligado á Roda da Fortuna, á Sacerdotisa, ao Mago, á Imperatriz e ao Pendurado.
A Roda representava os 4 animais. Aqui voltam a surgir.
A Roda fez os últimos Julgamentos e aqui tudo está em Paz.
O Destino da carta 10 que se tornou Julgamento e Absolvição na Carta 20, aqui dão o ultimo impulso.
Plenitude.

O ser que tombou, que ergueu e caiu de novo, que teve esperança, medos e finalmente viu a Luz do Sol, permitiu purificar-se por completo e absolvido entra na Harmonia cósmica.

Como diz Maria Lisete Soares, no seu livro A Presença Invisível,  ´´É o ego que ri e chora.  A Alma, impassível  observa.´´

Assim é. 
Todos os dramas humanos da primeira e segunda linha são apenas do ego, a Alma vai observando e aprendendo. No final ela esta e estará sempre na harmonia cósmica.

Gostaria antes de concluir de apresentar alguns paradoxos e comparações das imagens das cartas. 
Escolhi as mesmas do baralho Rider Waite, desenhado por Pamela Colman Smith.

            

Tanto a Justiça como a Sacerdotisa têm um véu por detrás, e estão entre duas colunas.
No entanto a primeira apenas reflecte, a segunda age. O Livro é símbolo do inconsciente, a Espada da mente activa.



A Imperatriz, força criadora e impulsionadora, e o Pendurado, sacrifício e inacção.
Apesar de representarem opostos, a árvore do Pendurado contem folhas e possivelmente frutos, simbolizando que mesmo na inacção, existe potencial para algo vir a nascer.
Tal como a semente que se sacrifica na terra para poder frutificar....


A Morte destrói edifícios, estruturas, pessoas de qualquer natureza hierárquica.
Aos pés do cavalo vemos pessoas, e noutras cartas como no tarot de Marselha, a cabeça de réis e imperadores.


Aqui o paralelismo é óbvio. As figuras humanas são as mesmas. Mas numa carta temos um Anjo e o Sol, símbolos do Divino, a Liberdade, o Anjo não toca na terra.
As Árvores do Bem e do Mal e a Sarça Ardente estão ali, a presença de Deus  e do Diabo. Cabe ao humano escolher. 
Na carta do Diabo, os humanos escolheram. Estão transformados e acorrentados. No entanto a cauda da mulher traz frutos da Árvore do Bem e do Mal e o homem da Sarça ardente. Ainda é possível escolher. Basta se libertarem, da avareza, do materialismo, do negativo.

E que dizer do Louco ???
O Zero encerra todas as possibilidades, toda a inocência  Não age, não reflecte, não pode ser vitima do destino, nem ser Julgado....Ele está ligado ainda ao Mundo, mas já não é do Mundo....e também ainda não é do Mago.



Como dizia o poeta T.S. Eliott: “percorrer muitas estradas/ voltar para casa / e olhar tudo como se fosse pela primeira vez”.

As Palmeiras

  Estou aqui e nao vejo as palmeiras bem em frente a mim. Nao vejo a marina, nem o mar, nem as pessoas que passam. Eu apenas vejo os meus ...